segunda-feira, 3 de abril de 2017

''Kurt Cobain: Montage of Heck'', de Brett Morgen


Dirigido por Brett Morgen, Kurt Cobain: Montage of Heck é fundamental para compreender o gênio criador do líder da banda Nirvana. O filme mostra um rico acervo pessoal de escritos, desenhos, gravações e imagens que descrevem a vida de Kurt Cobain e sua inegável contribuição para o mundo da música. Um dos precursores do grunge, subgênero do rock que revolucionou o início dos anos 90, Kurt nasceu em uma família de classe média, na cidade de Aberdeen. Os minutos iniciais do documentário trazem várias cenas da família Cobain, aparentemente estável e bem estruturada, com pais dedicados e uma criança alegre. Isso é reforçado pelos depoimentos de familiares, incluindo Wendy Cobain, mãe do cantor, que descreve as peculiaridades do filho e o impacto que o mesmo teve sobre ela. Entretanto, o tom do depoimento muda quando Wendy começa a falar da hiperatividade do roqueiro, da relação que este tinha com o pai e do fim do seu casamento com Don Cobain. Segundo ela, Don costumava fazer comentários que humilhavam o filho publicamente, intuindo reprimir seu comportamento dissidente. Somando-se a isso o fato de ter casado muito jovem, Wendy decidiu se separar do marido. Nesse ponto, é interessante observar os cortes feitos pelo diretor para tentar flagrar qualquer sentimento escondido na fala dos depoentes; pai, mãe e madrasta (Jenny Cobain). A adolescência de Kurt, marcada pelo uso de drogas, momentos de depressão e pela descoberta do sexo, é retratada através de animações narradas pelo próprio cantor. O ambiente sombrio e expressivo dos desenhos consegue depreender a base empírica que caracteriza o modo de compor do músico. Depois de abandonar a escola, Kurt começa a trabalhar, a morar junto de sua primeira companheira, deixa o trabalho e passa a dedicar a maior parte (ou totalidade) do tempo ocioso a escrever e tocar guitarra. O mais incrível é que ele registrava tudo em áudio – e podemos ouvir as gravações no filme. Daí em diante, tem início a ascensão de Kurt enquanto músico, a formação da Nirvana e o reconhecimento do seu talento por parte do público mundial. O caminho rumo à fama é recuperado por meio de várias imagens de apresentações da banda, que conquistou a crítica com sua sonoridade rústica e revigorante. Já famoso, o ícone do grunge começa a se relacionar com a também cantora Courtney Love, da banda Hole, com quem teve sua filha única Frances Bean Cobain. A decadência decorrente do uso abusivo de drogas, as polêmicas envolvendo o casal e o triste fim da vida de Kurt, que se matou aos 27 anos de idade, são descritos por palavras, sons e imagens emocionantes, capazes de nos fazer imergir na obra desse gênio mal compreendido. Kurt Cobain é #MúsicaNasOiça.

Willy Nascimento Silva

Assista ao trailer:

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