sexta-feira, 5 de maio de 2017

Elvis Presley, o caguete do FBI


Famoso pelo rebolado e pelo brilho de seu topete, Elvis Presley, representou, na segunda metade dos anos 50, o sentimento de boa parte da juventude americana, ajudando a criar o estereotipo do adolescente rebelde que cantava e dançava música negra. Natural de Memphis, no estado do Tennessee, Elvis ganhou o título de "rei do rock" pelo fato de ter levado o gênero recém inaugurado por músicos como Chuck Berry e Little Richard para um novo público, mas ainda racista. Embora tenha exercido um papel fundamental na disseminação do iconoclasta e progressista estilo musical, o rei não abandonou a postura reacionária do sul. "Ao longo de sua carreira colecionou distintivos e armas [...] e costumava treinar com sua gangue nos estandes da academia de polícia onde quer que estivesse, graças às suas boas relações com o aparato policial" (Revista Época). Em dezembro de 1970, Elvis foi à cidade de Washington para se encontrar com o então presidente dos EUA Richard Nixon. O intuito do cantor e ex-soldado das forças armadas era se tornar uma espécie de agente do governo, auxiliando o Estado nas políticas de combate ao comunismo e às drogas. Sua proposta era passar para o FBI informações a que tinha acesso por meio de conversas com pessoas do mundo do entretenimento cujos objetivos não serviam ao interesse do país. O rei chegou a "caguetar" os Beatles, argumentando que estes "eram um ponto central do antiamericanismo" e que os rapazes de Liverpool, adeptos do comportamento subversivo que caracterizava a cultura hippie, seriam a "raiz dos problemas" da juventude. Da aliança com a casa branca, Elvis levou um distintivo da divisão de narcóticos e o título de agente honorário do FBI. Para mais detalhes dessa história, assistam ao filme Elvis & Nixon (2016), de Liza Johnson. #IssoÉHistória.

Willy Nascimento Silva

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